terça-feira, 14 de abril de 2015

While My Guitar Gently Weeps

Dedico esta linda canção de George Harrison aos meus amigos do Facebook que enxergam a diminuição da maioridade penal, o impeachment da presidente, ou a condenação dos políticos do PT acusados de corrupção como as únicas soluções dos graves problemas brasileiros:

I look at you all see the love there that's sleeping
Olho para todos e vejo o amor que dorme
While my guitar gently weeps 
Enquanto minha guitarra chora docemente
I look at the floor and I see it needs sweeping 
Still my guitar gently weeps 
I don't know why nobody told you how to unfold your love 
Não sei porque ninguém te disse como desenvolver seu amor
I don't know how someone controlled you 
Não sei como alguém controlou você
They bought and sold you 
Eles te compraram e te venderam
I look at the world and I notice it's turning 
While my guitar gently weeps 
With every mistake we must surely be learning
Com cada erro devemos estar certamente aprendendo
Still my guitar gently weeps 
I dont know how you were diverted
Não sei como você foi desviado
You were perverted too
E foi pervertido também
I dont know how you were inverted
Não sei como você foi invertido
No one alerted you 
E ninguém te alertou
I look from the wings at the play you are staging
Olho para o jogo que você está encenando
While my guitar gently weeps 
Look at you all... 
Still my guitar gently weeps

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Eu uso óculos

Que óculos você usa? 

Usamos óculos. 
Mesmo quem tem visão 100% perfeita – a chamada 20/20 – usa, sim óculos! É um tipo especial de óculos, formado dentro da cabeça das pessoas através dos anos, e que ajuda a dar sentido e significado ao mundo no qual as pessoas vivem. Sendo esse óculos algo invisível, é difícil identificá-lo ou mesmo perceber que temos um e que o usamos o tempo todo. 
Essa a razão por que as discussões no Facebook, especialmente e ultimamente, sobre a diminuição da maioridade penal, casamento gay, aborto, impeachment, corrupção, política em geral tem resultado em brigas áridas, em troca de acusações infundadas e ofensas, quando não em uma pura e idiota desqualificação do interlocutor simplesmente porque não comunga das mesmas ideias. 
Esses debates tem me feito muito mal. Tenho ficado triste ou furioso, ou ambos o que tem afetado até minha paz de espírito e saúde. 
Um verdadeiro e proveitoso diálogo só é possível quando as pessoas envolvidas reconhecem os óculos – próprios e do outro - e estão dispostas a respeitar e admitir que seus próprios óculos podem estar com “lentes inadequadas” – o que os faz enxergar mal a realidade - e necessitam, portanto, de “mudança de grau”. 
Isso é difícil, muito difícil pois exige uma abertura e pré-disposição à autocrítica, que é raro encontrar. 
Portanto, estou resolvido a não mais insistir em debater qualquer assunto com qualquer pessoa que não esteja disposta a me apontar o “defeito em minhas lentes” e reconhecer a “miopia de suas próprias lentes”.

terça-feira, 7 de abril de 2015

ENCRUZILHADA

Compaixão 

Edgar Morin, um dos pensadores mais brilhantes do século XX e XXI (está vivo e atuante, aos 94 anos!), escreve em seu mais recente livro – “A Via” (ed. Bertrand Brasil) – “Há apenas dois caminhos para a Humanidade: o abismo ou a metamorfose."
Meu mestre, o homem de Nazaré, seguramente concordaria com Morin e proporia apenas uma pequena mudança: em lugar de “metamorfose”, ele usaria a palavra “compaixão”. 
A Humanidade está cada vez mais perto de encarar uma encruzilhada inescapável da qual dependerá sua sobrevivência:
Ou escolhe o difícil, árduo, complexo, democrático e estreito caminho da compaixão, ditado pela força do Amor, da solidariedade, da gentileza e da fraternidade; 
Ou irá pelo largo, fácil, ilusório e desastroso caminho do individualismo, do retributivismo, do fundamentalismo, do neoliberalismo, do capitalismo, do legalismo e do autoritarismo ditados pelas “forças do mercado”. 
O primeiro leva a uma nova etapa na história da Humanidade na Terra. O segundo leva à eliminação do ser humano como componente deste vasto Universo... 
E não haverá lembrança dele...