sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A tragédia antevista, prevista, anunciada... consumada

"De onde, meu Deus, surgiu essa ideia de que é tudo bem consumir o país inteiro em chaminés, de que é tudo bem apagar florestas em fábricas, riachos em esta­ci­o­na­men­tos, pantanais em pastos, cascatas em represas e pradarias em campos de soja – isso tudo num ritmo de tsunami, que as mais dili­gen­tes atu­a­li­za­ções do Google Earth não conseguem acom­pa­nhar? Essa pergunta, infe­liz­mente, é fácil de responder. Achamos tudo isso mais ou menos normal porque fomos devi­da­mente pro­gra­ma­dos pela doutrina do desen­vol­vi­men­tismo – a con­ve­ni­ente ideia de que todos os países admi­rá­veis são iguais: que são ricos, no sentido que gastam sel­va­ge­mente todos os seus recursos no ralo da pro­du­ti­vi­dade. Esse dou­tri­na­mento nos faz fechar os olhos a todos os custos pessoais, sociais e ambi­en­tais envol­vi­dos na expansão indus­trial e agrícola, porque cremos que há virtude inerente em ver “o país crescer”. Essa resig­na­ção está mesmo gravada em palavra de ordem na nossa bandeira."

(Paulo Brabo, em "Nunca é cedo demais para lembrar o que o PT e o capitalismo tem em comum", que explica minha má vontade e recusa em votar neste ou naquele partido, neste ou naquele candidato)

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