quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Lendo Edgard Morin

Quinta-feira, 2 de fevereiro [1995]. Não sei mais quem foi que escreveu: "Todas as guerras são projeções da guerra que se desenvolve em nós" E acrescento: "A luta pela vida ou pela morte da humanidade decorre em cada um de nós."
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Sim, é o eterno combate contra os vírus, as guerras, as idiotices e jamais vai haver vitória definitiva.
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Anoto: "A própria definição de democracia está prestes a mudar. Se, na primeira faze, a democracia era medida por sua capacidade de integrar as diferenças culturais, na segunda fase ela se mede por sua capacidade de gerar o multiculturalismo. A democracia significava a uniformização das experiências, das vivências, das línguas, das memórias, por um apelo constante ao princípio da igualdade. Hoje, ela se define cada vez mais por sua capacidade de tolerar as diferenças étnicas, religiosas, sexuais e de reconhecer, portanto, o direito à diferença."
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...digo que o tolerante compreende o fanático, e compreende que o fanático não o compreenda; enquanto o fanático não compreende que o tolerante o compreenda.
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A mulher envolta em véu, a mulher embelezada e maquiada, a mulher desnuda: três maneiras adoráveis de sacralizar o corpo.
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...as duas faces de mim mesmo. Uma, o ceticismo irônico e crítico; a outra, a fé militante.
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"De hoje em diante é mais fecundo confessar sua dificuldade do que afirmar seu saber".
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Muitos acreditam que tudo está lançado; eu, como sempre, vejo o improvável e o inesperado.
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Resposta a um jovem leitor de "Meus Demônios". Ele me pergunta qual a melhor solução para as contradições da relação amorosa. Não há solução. A única coisa importante é continuar a encontrar poesia no ser amado.

(Edgar Morin em "Chorar, Amar, Rir, Compreender", ed SescSp)

Assim começou meu ano de 2014...