quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Segurança e o Isolamento

As pessoas procuram, necessitam sentir-se seguras. E para isso buscam diversos meios.
Essa sensação de segurança é falsa, pois segurança não existe.
A todo e qualquer momento, em todo e qualquer lugar estamos sujeitos a tragédias desde de as mais irrelevantes - pisar num chiclete na calçada - às mais drásticas - morrer.
Mas, sabe-se lá porque, elas raramente acontecem. E não porque tenhamos tomado as devidas providências. Se você andar olhando para o chão o tempo todo para não pisar num chiclete, pode dar de cabeça num poste; se vc toma todas as precauções para não morrer de doença ou crime, pode ser vítima de um acidente.
Um dos maiores males resultantes da nossa preocupação excessiva com a segurança pessoal é o isolamento. Construímos muros e grades em torno das residências; andamos em veículos de vidros fumê, janelas fechadas; não falamos com estranhos; não passamos por locais desconhecidos, não frequentamos outros; trancamo-nos em casa, no escritório; escondemos nossos celulares, jóias, relógios. Tudo para aumentar a segurança... em vão.
Só aumentamos o nosso isolamento uns dos outros, apenas criamos uma falsa sensação de segurança, mas a situação de incomunicabilidade social é real.
As manifestações recentes tem também esse elemento "novo": a quebra do isolamento, o abrir mão da segurança para se viver em comunhão - por algumas horas - com o outro, que não conhecemos, mas que está ao nosso lado e se faz de nosso cúmplice no manifesto.
Se derrubássemos os muros que nos separam, deixássemos de lado a obsessão pela segurança, olhássemos as pessoas de frente, desarmados e vivêssemos em "comunidade" (oposto de isolamento), sabe o que aconteceria com a criminalidade? Despencaria, porque todos estariam comungando um espaço de todos e a violência contra um seria sentida e rechaçada por todos.
Mas, não. Preferimos nosso espaço (casa, trabalho, carro, igreja) bem fechado, protegido.
Como se isso não fosse apenas uma ilusão...

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