quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Somos tolos

"Nunca houve muita esperança. Apenas aquela dos tolos."

Gandalf, o mago branco, responde a Pipin, em Minas Tirith - cidade do rei -, quando este lhe pergunta, face à guerra terrível que se aproxima, se havia aguma esperança. Guerra da qual eles não poderiam fugir. ("O Senhor do Aneis", livro 3).

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Engano Fatal

Leio no Facebook o texto "Namorando o suicídio", de J. R. Guzzo, publicado originalmente pela revista Veja em 28/01/2013 e postado por Ivan Lins, este grande compositor e cantor da nossa MPB.
O texto refere-se à terrível constatação de que morrem assassinados no país um policial a cada 35 horas. Fato trágico, triste e revoltante.
E o autor faz sérias e graves acusações contra nossos governantes, responsabilizando-os em parte pelos assassinatos.
Mas escorrega, quando tenta apontar o dedo nas causas da criminalidade. Diz que
"Dentro e fora dos governos continua a ser aceita, como verdade científica, a ficção de que a culpa pelo crime é da miséria, e não dos criminosos. Ignora-se o fato de que não existe no Brasil de hoje um único assaltante que roube para matar a fome ou comprar o leite das crianças. Roubam, agridem e matam porque querem um relógio Rolex; não aceitam viver segundo as regras obedecidas por todos os demais cidadãos, a começar pela que manda cada um ganhar seu sustento com o próprio trabalho."
Perdoe-me o autor, mas achar normal alguém possuir um relógio Rolex enquanto milhões não tem acesso a emprego, à educação, saúde, habitação, remuneração digna - porque, convenhamos, tente viver um mês com R$ 698,00 numa metrópole como São Paulo, Rio ou Belô - e jogar TODA a culpa pela criminalidade no criminoso e nos governantes, é muita ingenuidade. Só aceitam "as regras" os privilegiados que receberam algum valor de cidadania em sua formação familiar e/ou educacional. Aos marginalizados, nem isso lhes foi dado, mas lhes é exigido.
Dizer que a defesa de direitos humanos prejudica a sociedade - como ele dá a entender - é ser, no mínimo, equivocado. Não perceber que a Sociedade Brasileira é, em última análise, co-responsável pela tragédia que ocorre - pois elege e é conivente com a incompetência geral dos nossos governantes ("finjam que são governados e nós, que governamos") - e precisa assumir a direção da sua História, é lamentável.
Enquanto nós não nos sentirmos responsáveis por esta situação e tomarmos as medidas sociais, econômicas, jurídicas e políticas necessárias para mudar o país como um todo, essa matança será apenas mais um sintoma do mal que nos aflige.
Salvo engano.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Único medo

Vivessem entre nós e Asterix e Obelix estariam aterrorizados: seu único medo está se realizando ("que os céus lhe caiam sobre a cabeça").

De minha parte, não tenho medo. Fico apenas chateado do meteoro não ter caído em terras brasileiras. Mais claramente, sobre certo edifício em Brasília que abriga mais de 500 políticos corruptos...

Já que os céus não nos atendem, cabe-nos - sociedade brasileira - tomar as medidas necessárias para despejar do Congresso Nacional essa turba de malfeitores

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Como Tertuliano

"Não tento convencer ninguém da existência de Deus, porque crer em Deus é um absurdo, como disse Tertuliano, e não se explica o absurdo, aceita-se ou não. A crença na existência de Deus não faz de ninguém um ser melhor, princípios éticos e morais os descrentes também os tem. Sigo com minha fé minúscula, tão ínfima, que chego a duvidar em certos momentos se ela serve até mesmo em mim, que chego a duvidar, nesses mesmos momentos, se ela, a minha fé, existe ou não. Não duvido de Deus. Duvido de mim."
Esse texto, confissão singela e sofrida da Bete P. Silva, lá no Facebook, representa o meu sentimento com relação à fé. Lembrou-me das minhas leituras, outrora, dos profetas menores do Antigo Testamento, quase todos  semelhantes em suas reflexões sobre Jeová.

Lembrou-me também da canção "Muros e Grades" dos Engenheiros do Havaí, quando eles cantam "Viver assim é um absurdo, como outro qualquer; como tentar o suicídio ou amar uma mulher".

Vivemos cegamente confiantes em tantos absurdos que realmente ter fé em Deus á apenas mais um, no caso, um bom absurdo.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

"No harm, no foul"...

...diz o provérbio americano. Se não houve prejuízo, dano, não houve falta, crime, malfeito.
Nem tanto, nem tanto...
E sabe por quê???
Porque as consequências dos nossos atos perduram por um longo tempo. Isac Azimov - o grande autor de ficção científica - até escreveu um livro baseado neste conceito. Ele partiu da premissa que se fosse possível voltar no tempo e alterar a história, não seria necessário uma grande mudança para o futuro ser totalmente diferente. Um simples acidente na infância que tornasse Adolf Hitler deficiente de fala, por exemplo, e pronto! Todo o Terceiro Reich desapareceria como pó, pois Hitler não teria o poder de persuasão que seus discursos tiveram. E não teríamos a II Guerra Mundial.
Ok, o exemplo de Azimov pode ser um pouco exagerado... mas deu pra pegar o sentido da ideia, certo?
Pois na próxima vez que for fazer algo, digamos, ousado (para não dizer, ilegal), pense. Os efeitos de suas ações vão perdurar por muito tempo. Talvez até mesmo depois que você já não mais estiver por aqui...