quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A coisa vai mal...

Alguns culpam a democracia pela situação deplorável do estado, da política.
Outros pensam que não tem jeito, é assim mesmo, e assim vai ficar.
Pra quem tem desejo, esperança de consertar a nossa claudicante democracia, aqui vai o pensamento primoroso do meu amigo Fabio Ortiz:
"O único remédio para a democracia é mais, muito mais democracia."

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Se eu quiser falar com Deus - 3

Alguns crêem que com Deus se fala em um templo, durante um ritual religioso, ou no recesso do seu quarto, em silenciosa e fervorosa oração. Para outros, talvez ousados, Deus lhes fala em sonhos, e até mesmo em transes espirituais.

Acho interessantíssimo o episódio contado no Velho Livro Sagrado, quando um pobre profeta, derrotado, solitário e escondido em uma caverna (ou gruta, viu Lou?) sai para falar com Deus. E passam raios e trovões, tempestades grandiosas... mas o Ser Divino não está lá.
Então vem uma leve e suave brisa, quase imperceptível... e a voz de Deus se ouve.

Tem sido assim comigo ultimamente. Não tenho ido aos templos, nem participado dos rituais religiosos. E nunca fui de me retirar ao quarto, ou ajoelhar em fervorosa prece.
Mas Deus tem falado comigo. Não é frequente, nem especificamente, mas fala.

Eu estava no Credicard Hall, no sábado passado. Junto com outras milhares de pessoas, assistia ao maravilhoso show de Almir Sater, violeiro sensível e primoroso. Foi quando cantou uma canção - "Ordem Natural das Coisas" - que as palavras divinas soaram ao meu ouvido:

"Mas nem tudo é como a gente quer
Esse mundo não foi feito assim
Desprezamos todos os valores
Nem sabemos mais o que é ruim
...
De repente vem uma canção qualquer
Logo nos conduz
E a verdade que ninguém podia ver
Surge a olhos nus."

A gente tem tantos dissabores na vida, a confusão é tão grande que já não temos certezas, sobram dúvidas. Mas, num momento qualquer, alguém canta uma canção, que fala "É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir." Reconhece que "todo mundo ama um dia, todo mundo chora, um dia a gente chega, no outro vai embora." Mas reafirma que "cada um de nós compõe a sua história, e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz..." 
E você se sente renovado de esperança, alegria e força para enfrentar os males dessa vida.
Isso é a Graça divina!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

terça-feira, 11 de setembro de 2012

"Quem poderá nos socorrer?"

Essa frase, do seriado Chapolim Colorado, ressoou pela TV brasileira por muitos anos.
Mas, na verdade, alguém pode nos socorrer?
Ou, melhor ainda, precisamos que alguém nos socorra?

Minha priminha postou no Facebook uma frase atribuída a Buda que diz não precisarmos que ninguém nos salve, inclusive porque não há ninguém que possa faze-lo. Temos e só podemos contar conosco mesmo para caminhar pela trilha da salvação.

Outros, por sua vez, manifestam a necessidade de muita ajuda para sermos salvos. E para que isso aconteça, uma série de condições devem ser atendidas. Caso não estejamos a altura dos sacrifícios requisitados de nós, ou falhemos no esforço de atender a tais condições, nada feito. Estaremos irremediavelmente perdidos. Notem que nosso esforço não nos salva. O que nos salva é a capacidade de outrem,  mas precisamos atender às condições para receber a ajuda salvífica.

Há uma terceira via. Ela não nega que precisemos de salvação. Reconhece que todo e qualquer esforço de nossa parte é fadado ao fracasso. A esperança está no fato de que a vontade e capacidade de nos salvar estão em operação por alguém. Só que esse alguém não somos nós. E de nós nada, absolutamente nada é exigido.

Nossa salvação é resultado de um ato de gentileza, de amor magnânimo, de pura e absoluta bondade, de Graça. Esta é a terrível realidade que não queremos aceitar: que devemos a Ele tudo, e que Ele não nos pede nada, porque não temos nada para dar.

Preferimos, obviamente, a opção de Buda, ou da religião, ou da ideologia, ou do ateísmo... qualquer coisa serve, contanto que não sejamos confrontados com esse ato insano e final de alguém que não suportamos olhar. Porque se a terceira via for legítima, então, pobres de nós, humanos; pobres de nós, sociedade "cristã-capitalista-consumista-individualista" brasileira. É tudo, tudo vão...

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A glória do Amor

"You've got to give a little, take a little
And let your poor heart break a little,
That's the story of, 
That's the glory of Love"

"Você precisa dar um pouco, receber um pouco
e deixar teu pobre coração se machucar um pouco,
Esta é a história,
Esta é a Glória do Amor"

(Singela e profunda letra da antiga canção "The Glory of Love", de Billy Hill)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Falar de Ética em período eleitoral

Falar de Ética em período eleitoral é bom. Tá todo mundo atento para o tema. Ninguém quer eleger um candidato aético. Todos concordam que Ética é essencial na política. Talvez até concordem que também é importante na vida em sociedade. Mas, aí, já não falam tanto, né?
Resolvi falar de ética pra pegar o bonde (ô coisa antiga!) e, quem sabe, aumentar o ibope do meu blogue... (brincadeira!)
É que nesta semana minha filha Dani e a prima Fabiana postaram no Facebook textos sobre a ética que me provocaram uma reflexão.
Um dizia que ser ético é "quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e deve". Vi uma vez explicação semelhante pelo professor Mario Sergio Cortella.
O outro texto falava sobre a inutilidade das palavras se não forem colocadas em prática. Acrescentei uma frase que estampava as camisetas de campanha de uma chapa eleitoral em campanha na fundação dos servidores municipais de Sorocaba, há muitos anos:
"Ideias que não se tornam em palavras são inúteis; palavras que não se tornam em ações são inúteis".

Refletindo sobre os dois textos, alterei esta frase da seguinte forma:

"Ideias sem palavras são inúteis; palavras sem ações são inúteis; ações sem ética são inúteis".

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Porque defendo... (parte 3, e última!)

Se participar do sistema, mesmo que com intenção de melhorá-lo, subverte-lo, reformá-lo, não é a solução - e aqui apresento o século XX inteiro como prova - e
Se abstrair-se, retirar-se do sistema como monges num monastério ou hippies numa comunidade também não,
Há algo que possamos fazer - e aqui, a primeira pessoal de plural deseja incluir apenas as pessoas de boa índole, que sejam "do bem" - para minorar o sofrimento, a injustiça, enfim melhorar o mundo?

Há muitos sinais -  e quem tem olhos para ver, veja - maravilhosos e variados sinais de que não só é possível trabalhar "fora do sistema", como também é muito eficiente e dá resultados.
Uma vantagem de estar fora é que não se desperdiça esforços e energia com a montanha de burocracia, politicagem, jogos de poder e fogueira das vaidades que temos que enfrentar quando estamos "dentro do sistema". As coisas feitas de forma simples, descomplicada, pequenas tem grande chance de sucesso a um custo muito menor.
Mas não é só isso. A participação democrática nessas iniciativas é muito mais fácil e dinâmica.

Vejam bem, eu não creio em revolução, em assumir o poder, em construir um admirável mundo novo. Eu creio em micro-revoluções, em interface pessoal, no valor da ação individual no contexto de comunidades pequenas e não hierárquicas, em comunicação transversal, em conhecimento coletivo, em compromisso com o esforço e não com o resultado.

Eu creio no exemplo de Jesus de Nazaré.

sábado, 1 de setembro de 2012