quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Do que somos feitos?

Assisti há dias, no Discovery Channel, um episódio de um programa extraordinário. Nele, cientistas famosos, de diferentes instituições e áreas da ciência (astronomia, física, cosmologia, matemática, etc) fazem surpreendentes comentários a respeito das mais recentes descobertas científicas sobre o Universo em que vivemos. Narrado pelo formidável ator Morgan Freeman, o episódio nos informa - pobres mortais leigos e ignorantes que somos - que o Universo, como o conhecemos, formado por átomos e energia, responde por apenas 5% do que existe. Cerca de 25% do que existe é formado por "matéria escura" - o termo "escura" é usado no sentido de "ignorado", pois sabemos quase nada a respeito - e 75% do Universo é formado por "energia escura" (idem).
Tanto a "matéria" quanto a "energia" foram detectados factualmente por equipamentos científicos e explicam uma série de "comportamentos" do Universo que não podem ser explicados pela ciência que estamos acostumados a ver no nosso mundinho cotidiano.
Tal informação me deixou maravilhado... pois coloca em xeque a maior parte do nossos pressupostos - não apenas os científicos, mas também os filosóficos e religiosos - ao confirmar que "há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia" (Shakespeare).
Deixou-me também mais humilde. Não sabemos nem 1% de um milionésimo de 1% do que há para conhecer... por que então bancamos os sabichões e somos tão rápidos em "fazer ousadas asseverações sobre o que não sabemos" - como bem diz o Lou - julgando e apontando uns aos outros como se tivéssemos um pingo de autoridade para isso???
Bem que o homem de Nazaré diz para não julgarmos para não sermos julgados (Mt 7.1 e 2), e o tal de , personagem famoso da antiguidade afirma, e todos nós podemos também afirmar: "Certo é que falei de coisas que não entendia, coisas tão maravilhosas que eu não poderia saber." (Jó 42.3).

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mudanças

"What we are never changes; who we are never stops changin'"
"O que somos nunca muda; quem somos muda o tempo todo".
Gill Grissom, CSI-Las Vegas, seriado do canal Sony.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Papo no Facebook...

...criticava as falácias de gente "importante" como o Sr. Silas Malafaia, que - segundo consta - relacionou os homossexuais ao tráfico e assassinos em série. Ponderavam sobre a falta de credibilidade dessas religiões recentes - mais novas que whisky falso - pois falta-lhes "fundamento milenar". Apesar de não gostar de polêmica, não pude deixar de argumentar:
"É interessante como a idade de uma ideia/religião/insitutição é aceita como credencial de credibilidade, como se a mentira e o engano fossem como esses germes que não duram mais do que algumas horas... há mentiras como rochas, resistem séculos. O fundamento milenar de uma falsidade é falso mesmo que não enxerguemos a falha."
Salvo engano.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Universal e Totalidade

"Porque, as sociedades fechadas, num primeiro momento da cultura oral, viviam a totalidade sem universal, como diz Lévy. Num segundo estágio, imperialista, sendo usuárias da escrita, fizeram surgir o "universal totalizante". E agora, com a cibercultura, a pós-ciência, a nanodimensão, a globalização concreta da sociedade, inventam o universal sem totalidade. E isso é muito novo. E as reações são essas. O imperialismo, o capitalismo clássico, tendem a puxar tudo para o totalizante anterior, não querem saber dessa visão fragmentária... A pós-modernidade é assustadora, vem chacoalhar a coisa toda."
Gilberto Gil, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", de 21/08/2011.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Regra do Prisioneiro


Para o filósofo Edgar Morin, a ciência, ao buscar autonomia fora da tutela da religião e da filosofia, extrapolou os próprios limites éticos, como a produção de armas de destruição em massa. Os cientistas não dispõem de recursos para controlar a própria obra. Há um divórcio entre a cultura científica e a humanista.
Exemplo paradigmático desse divórcio é a atual crise econômica. Quem é o culpado? O mercado? Concordar que sim é o mesmo que atribuir ao computador a responsabilidade por um romance de péssima qualidade literária.
Um dos sintomas nefastos dos tempos em que vivemos é a tentativa de reduzir a ética à esfera privada. Fora dela, tudo é permitido, em especial quando se trata de reforçar o poder e aumentar a riqueza. Obama admitiu torturar os prisioneiros que deram a pista de Bin Laden, e não houve protestos com sufi ciente veemência para fazê-lo corar de vergonha.
A globocolonização, inaugurada com a queda do Muro de Berlim, conhece agora sua primeira crise econômica. E ela explode no bojo da fragmentação da modernidade. “Tudo que é sólido se dissolve no ar...” Vale acrescentar: “... e o insólito, no bar”.
Esfareladas as grandes narrativas que norteavam a modernidade, abre-se amplo espaço ao relativismo. O projeto emancipatório se dilui no terrorismo e no assistencialismo compensatório guloso de votos. O futuro se desvanece.
Para os arautos do neoliberalismo, “a história terminou”. O presente é, hoje, o moto perpétuo. O passado, mera evocação, como a pintura que se contempla na parede de um museu. Nada de querer acertar contas com ele.
Graças às novas tecnologias, o espaço se contraiu e o tempo se acelerou. O outro lado do mundo está logo ali, e o que lá ocorre é visto aqui em tempo real. Tudo isso impacta nossos paradigmas e nossa escala de valores. Paradigmas e valores soam como contos da carochinha comparados a ensaios de bionanotecnologia.
O mundo real se cindiu e não condiz com o seu duplo virtual. Via internet, qualquer um pode assumir múltiplas identidades e os mais contraditórios discursos. Agora, todos podem ser simulacros de si mesmos.
Não há mais propostas libertárias que fomentem utopias, nutram esperanças e semeiem otimismo. Ao olhar pela janela, não há horizonte. O que se vê reforça o pessimismo: o aquecimento global, a ciranda especulativa, a ausência de ética no jogo político, a lei do mais forte nas relações internacionais, a insustentabilidade do planeta.
Se não há futuro a se construir, vale a regra do prisioneiro confinado à sua cela: aproveitar ao máximo o aqui e agora. Já não interessam os princípios, importam os resultados. O sexo se dissocia do amor como os negócios da atividade produtiva.
A cultura do consumismo desencadeia duas reações contraditórias: a pulsão pela aquisição do novo e a frustração de não ter tido tempo sufi ciente para usufruir do “velho” adquirido ontem... A competitividade rege as relações entre pessoas e instituições. Somos todos acometidos de permanente sensação de insaciabilidade. Nada preenche o coração humano. E o que poderia fazê- lo já não faz parte de nosso universo teleológico: o sentido da vida como fenômeno, não apenas biológico, mas sobretudo biográfico, histórico.
Agora a voracidade consumista proclama a fé que identifica o infinito nos bens finitos. O princípio do limite é encarado como anacrônico. Azar nosso, porque todo sistema tem seu limite, da vida humana ao mercado. Sabemos por experiência própria o que acontece quando se tenta ignorar os limites: o sistema entra em pane. Mas, em se tratando de finanças, não se acreditava nisso. A riqueza dos donos do mundo parecia brotar de um poço sem fundo.
Duas dimensões da modernidade foram perdidas nesse processo: a dignidade do cidadão e o contrato social. Marx sabia que a burguesia, nos seus primórdios, era uma classe revolucionária. O que ignorava é que ela de tal modo revolucionaria o mundo, a ponto de exterminar a própria cultura burguesa. Os valores da modernidade evaporam por força da mercantilização de tudo: sentimentos, ideias, produtos e sonhos.
Para o neoliberalismo, a sociedade não existe, existem os indivíduos. E eles, cada vez mais, trocam a liberdade pela segurança. O que abastece este exemplo singular de mercantilização pós-moderna: a acirrada disputa pelo controle do mercado das almas. As religiões tradicionais perdem seus espaços territoriais e o número de fiéis. Agora, no bazar das crendices, a religião não promete o céu, e sim a prosperidade; não promete salvação, e sim segurança; não promete o amor de Deus, e sim o fi m da dor; não suscita compromisso, e sim consolo.
Assim, o amor e o idealismo ficam relegados ao reino das palavras inócuas. Lucro e proveito pessoal são o que importam.
Frei Betto, em artigo publicado em 21/07/2011 no site Brasil de Fato.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Você tem alma? Então, mate-a!!!

Sei, sei. Não sou um escritor. Falta-me a criatividade, coragem e persistência para colocar em palavras os tantos pensamentos e emoções que povoam a cabeça e coração. Mas, de repente alguém escreve algo como a "Mulher-Esqueleto" o fez, e eu me sinto como que obrigado moral e espiritualmente a dividir com vocês este texto. Depois me digam se não valeu a pena!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Caixa Econômica Federal = incompetência (capítulo final)

A bem da verdade, devo registrar aqui que meu filho, funcionário do BB, me disse que vários problemas ocorreram também no BB com benefícios do INSS. Parece que o INSS cometeu algum erro com seus pagamentos, não avisou o público e os bancos tiveram que lidar com as consequências. E no caso específico da incompetente, da pior forma possível.
Agora já passou, só espero que as pessoas que causaram tanto dano a tantas pessoas que dependem desses pagamentos mensais para sobreviver tenham percebido que precisam evitar que coisas assim se repitam.
Como vocês vêem (ou leem), sou um otimista. Ainda...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Caixa Econômica Federal = incompetência (II)

Não foi como previ. A gerente da agência onde minha mãe tema conta corrente - em S. José dos Cpos - me disse, quando liguei no fim da tarde, que houve "uma inconsistência" em diversos pagamentos de benefícios, e os valores foram colocados no banco, à disposição dos beneficiários. Para sacar o dinheiro, seria necessário apresentar-se pessoalmente em uma agência da incompetente. Foi o que fizemos, hoje. Levei meus pais até uma agência - a mesma onde fui me informar no dia anterior - e depois de uns 15 minutos de espera, a gerente veio pedir para que minha mãe se dirigisse ao caixa onde foi feito o pagamento rapidamente.
Agora há pouco recebi uma ligação da Ouvidoria da "incompetente", perguntando se meu problema havia sido resolvido e pedindo mais informações. Desci a lenha na forma irresponsável como me atenderam, passando o "abacaxi" pra outro, sem se preocupar em resolve-lo.
Será que algo vai mudar pra melhor???? De forma alguma! Não creio. Mas sei que se não tomarmos atitude nenhuma, com certeza não vai mudar...
Eu, por exemplo, vou mudar: a conta dos meus pais pra outro banco...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Caixa Econômica Federal = incompetência (I)

Caso 1- Minha mãe não teve sua aposentadoria creditada em conta no dia correto. Liguei para a agência bancária onde ela tem conta e a moça que me atendeu disse que eu devia fazer contato com o INSS. Não adiantou eu dizer que já havia verificado no site no órgão que havia sido liberado o crédito para minha mãe. Não! No banco nada havia e eu devia procurar o INSS. Liguei para o órgão que me confirmou estar liberado o crédito para minha mãe através da Caixa, na agência onde ela tem conta. Não consegui falar novamente com a agência, haviam fechado, mas falei com o 0800 da Caixa que me disse que só indo até uma agência, munido dos documentos de minha mãe, e com o comprovante impresso do INSS, o crédito seria feito. Isto é, um erro do banco me obriga a me deslocar até uma agência desnecessariamente.
Mas fui. Vejam o que houve (nota publicada no Facebook):

É surreal!!!
Depois de dar uma de grosso pra ser atendido - queriam exigir a presença da minha mãe para informa-la - a Caixa Econômica Federal, ora em diante referida apenas como "a incompetente", me informou, pela gerente da agência Campolim, aqui de Soro, que uma determinação do INSS exigia que o beneficiário fosse o primeiro titular da conta a ser creditada (minha mãe é a segunda).
Voltei pra casa e liguei pro INSS que me afirmou que no sistema de informação deles (o 135), não havia nenhuma norma com este teor, apenas a exigência do beneficiário ser também titular da conta (primeiro ou segundo titular, tanto faz). Liguei então para o serviço "0800" da incompetente que confirmou que não havia nenhuma orientação no sentido de exigir isso, apenas que o beneficiário fosse também titular (primeiro ou segundo, tanto faz). Surreal!!!!
Aí eu liguei pra agência de origem da minha mãe (a ag. 1400 de S. José dos Cpos), expliquei que tinha recebido todas aquelas informações contraditórias e queria uma posição da agência antes de ligar pra Ouvidoria da incompetente. Depois de pedirem "um momento", fui atendido por uma gerente que me pediu que retornasse a ligação à tarde, falasse com a gerente "fulana", para ver o que poderia ser feito no meu caso... desconfio que vão me dizer que conseguiram, "com muito empenho, resolver a questão" e que o valor será creditado ainda hoje na conta (informarei no cap III)...
Mas, enganam-se eles se pensam que se livram assim tão fácil de mim. A incompetente que me espere!!!