segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Falando do Rio de Janeiro

Uma amiga aborda o assunto por um prisma interessante, que me provocou o seguinte comentário:

"A frase - "Pedem para excluir-se definitivamente da sociedade aquelas pessoas que sobrevivem do comércio dos produtos que essa mesma elite usa para animar suas festas" - é um tiro na mosca. Por enquanto, não há nada para comemorar, nada para festejar, nada. Se haverá, um dia, o tempo dirá. Mas não conto com isso..."

Serei eu um pessimista, um cara amargo, que só enxerga coisa ruim à sua frente? Deus queira que eu esteja errado e que daqui pra frente, tudo vá ser diferente no Rio de Janeiro. Desculpem-me aqueles que estão festejando os acontecimentos como um marco histórico, uma virada na vida social brasileira. Não vejo razão pra festa. Torço, é verdade, mas com um olho no futuro "que pode ser" e outro no passado "que veio a ser". E, sinceramente, não dá pra confiar no dizem as autoridades, os governantes, os políticos... Ou dá?

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um Absurdo

"- Seu Aurélio, a vida é um absurdo.
- Daí pra mais, doutor."
(diálogo entre Jorge Amado e Aurélio Sodré, seu motorista, pau pra toda obra por mais de 30 anos. Pra você ver, a sabedoria não estava só com o patrão, não. Página 587 de "Navegação de Cabotagem", da Ed. Record)

A frase vem a calhar nestes dias sombrios de violência insana - haverá uma que não o seja? - no Rio de Janeiro.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sangra

"Se tens um coração de ferro, bom proveito.
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."
José Saramago
(copiado de minha prima Biba Russo no Facebook)

Não há dia que passe sem algo me atingir. Uma notícia, uma atitude, uma lembrança, um acidente enfim, uma dor lanceta o coração. Às vezes, sangra dias a fio. Outras vezes, a tristeza vem e passa em minutos. Mas sempre deixa cicatriz.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Muita água rolou

De março de 1972 até novembro de 2010, muita água rolou e muito aconteceu com aquele grupo de calouros da Geologia da USP. Mas a amizade continuou intacta, a alegria de conviver, a aventura de viver. Éramos 35 colegas no encontro de 35 anos de formatura. Na foto, somos 34, mas chegou outra colega pouco depois. Foram dois dias de muitos reencontros, risos, cerveja, causos, cachaça, música e saudades . Valeu a pena, como valeu!

(Ah, vocês acertaram! Na foto anterior, eu sou o que está em pé, no meio da foto - oitavo da esquerda ou direita.)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Recado

"Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eu não presto, que meu lar é um botequim. Que eu arruinei a sua vida, que eu não mereço a comida que você pagou pra mim."
("Último Desejo", de Noel Rosa. Quem ainda não conhece esta canção, não conhece nada!)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

38 anos depois...

Em março de 1972, cinquenta jovens entusiamados começaram o curso de Geologia da USP em São Paulo. Pra ser sincero, o trote foi a coisa mais difícil, ninguém se conhecia, todos um pouco assustados com a radicalidade do trote, mas foi o que abriu as portas para a formação de um grupo coeso, amigo, animado e que se divertiu muito durante os quatro anos do curso.
Amanhã, 38 anos depois desse início tragicômico, vamos nos reunir novamente para comemorar 35 anos de formados, e juntos, curtir novamente aqueles anos.
Vocês conseguem me identificar nesse estranho grupo?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O Desafio - 2

"...Temos na vida real essa mesma visão utilitarista do tempo, a
mesma obsessão por empregá-lo de forma produtiva ou compensadora.
Essa forma ocidental de encarar a passagem do tempo é ao mesmo
tempo neurotizante, envelhecedora e incutidora de culpa; é na
verdade, um esforço incessante no sentido de não termos em
momento algum de encarar a passagem do tempo de frente. Evitamos
olhar o rosto vazio do tempo preenchendo-o de atividades ou, ainda
mais comumente, concentrando nossa atenção em outra coisa que
poderíamos ou deveríamos estar fazendo naquele dado momento.
É a obsessão que faz com que você sinta estar perdendo tempo
trancado no escritório, quando poderia estar lagarteando na praia;
faz com que se sinta culpado por estar lagarteando na praia, quando
há tanta coisa para fazer em casa; faz você sentir que está perdendo
tempo fazendo o serviço da casa, quando há aquele bom livro para
ler; faz você sentir-se mal por estar lendo o livro, quando poderia
estar aproveitando a companhia dos filhos; faz você sentir-se mal
por estar gastando tempo com os filhos, quando tem a monografia
para terminar; faz você sentir-se mal por ver-se obrigado a escrever
a monografia, quando poderia estar vivendo!..."

(retirado, descaradamente, do Quinto Passo de "Em 6 Passos Que Faria Jesus", de Paulo Brabo, publicado pela Garimpo Editorial)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Desafio

"O desafio é encontrar prazer nas coisas simples. É nisso que estou empenhada agora."

(frase de Salma Hayek a Pierce Brosnan, no filminho "Ladrões de Diamantes" que eu assisti pela TV neste fim de semana).

Por mera coincidência (!?), assisti também, novamente, ao filme "Tempo de Despertar", no qual Robert De Niro, após "despertar" de grave e longa doença, afirma que precisamos recuperar a capacidade de sentir a alegria das coisas simples da vida.

Não é fácil. O satânico sistema que nos impusemos, com sua insana e interminável corrida pelo "ter mais, sempre mais", impede e até nos proíbe aproveitar as pequenas coisas, os fatos corriqueiros, o cotidiano como maravilhas que são. Eu me vejo continuamente me cobrando produção, realizações, resultados, relevância, aquisições, significado... enfim, uma quantidade de coisas, a maior parte materiais, que pouco terei chance de aproveitar, por estar imerso neste turbilhão que é a "vida moderna".
Mas, alguns ainda insistem em nos avisar: vá com calma, aproveite a vida, não seja engolido pela correria, pela competição, o "ser" vale mais do que o "ter", não se deixe enganar pelo "mercado"...
Quantos de nós pode dizer que não é escravo do capitalismo selvagem que reina em todo mundo?
Quantos de nós consegue parar para olhar uma flor, ouvir um passarinho, assistir a um por-de-sol, conversar com um amigo?
Meu desafio é este: aprender a sentir o prazer das coisas simples.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Lua e Sol...

...nunca se encontram. Mas, vez em quando, ficam tão próximos que dá pra imaginar os dois juntos...

Foto tirada da varanda de casa, novembro de 2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aí Vem o Sol - Yo Yo Ma & James Taylor tocam The Beatles


Com as tristezas cotidianas da vida, é bom ouvir que o "aí vem o sol". Nenhum inverno é perene; podemos ter esperança de ver o sol, sentir seu calor e nos alegrar com ele.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Meu endereço

Domingo, dia de eleição, Halloween. As pessoas escolhem entre a Bruxa e o Caveira para próximo presidente do Brasil. Eu, no desejo de agradar a todos, votei firme nos dois!!! Foi fácil, votei no 58 e confirmei!
Cabulei a igreja, como faço há 20 anos, e, pra variar, fui ao parque ouvir um carinha tocar violão, muito bem por sinal, e cantar suas próprias melodias. Sob a copa das árvores, em meio a pessoas que não conhecia, comungávamos do mesmo momento - mágico - de comunhão com Deus, pela música, pela natureza, pela paz alegre que reinava ali.
Uma frase de uma das músicas me chamou a atenção:
"Meu endereço não é onde eu moro."
Bem o que por vezes sinto, um certo deslocamento, uma sensação de que meu lugar é algum outro, mas não é esse, no qual as pessoas se matam, se atacam, vendem a alma ao diabo por uma porção de poder.
Meu caro Armando Fernal, você é tão jovem, mas já vê o que eu vejo...