quinta-feira, 2 de julho de 2009

Discussão ou diálogo

Entristece-me a forma como algumas pessoas não conseguem tratar de um assunto sem criar mal estar. Levam para o lado pessoal, agridem, ressentem-se de quem diverge, usam golpes baixos, menosprezam argumentos contrários, rebaixam as pessoas que se atrevem a discordar, usam de condescendência, generalizam, falseiam afirmações, em suma, fazem qualquer coisa para ganhar uma disputa. Isso não é diálogo, é mera discussão. Produz calor, mas não luz. Queima, mas não cria. Prejudica tanto os "opositores" quanto a si mesmos.
Já tentei uma vez alertar algumas pessoas sobre esse comportamento, na blogosfera. Fui rechaçado como tolo, ingênuo, fraco.
Hoje, assisto a algumas discussões como mero observador distante. Não caio mais nessa armadilha. Procuro quem deseje a contribuição generosa, o diálogo simples, puro e sincero, que fortalece os laços entre os diferentes.
E quando me vejo imerso em uma discussão, prefiro desistir. Esforço-me para sair sem tentar ganhar - não é fácil, a tentação é grande.
Mas não há nada a ganhar mesmo. Só a perder...


(pensamento impulsionado pela informação trazida pelo Roger, hoje)

3 comentários:

Alex Liki disse...

Engraçado....eu sempre entendi que uma discussão fosse a mesma coisa que um diálogo, só que as pessoas entendiam a palavra de maneira erronea. Da mesma maneira que a palavra violência é usada no lugar de criminalidade...

Lou H. Mello disse...

E quando você fez parte de uma polêmica e não faz a menor idéia do que seja? Mas creio que você está certo, melhor ficar na moita e no fim dizer a todos: "Sabe que cê tá certo".

Fábio Adiron disse...

Na Grécia antiga a erística era a arte de vencer o adversário num debate. Ao contrário do diálogo filosófico, que usava a dialética com a finalidade de estabelecer a verdade, o uso da erística visava superar o adversário.

Era um método usado pelos sofistas nos debates públicos tanto na esfera política, onde era preciso convencer a assembléia, quanto na esfera judicial para convencer os juízes da justiça de uma causa. Não importava se a causa era justa ou não.

Os sofistas eram capazes de defender com igual bravura um argumento e o seu oposto. No Brasil de hoje a erística é usada amplamente na mídia, na política, na justiça, no trabalho e também na vida cotidiana. Feio é perder e para superar o outro os alpinistas sociais são capazes de tudo.

Mantenhamos o debate filósofico e deixemos a erística para outras comunidades.