terça-feira, 30 de junho de 2009

Doutor ou bobo da corte?

Todos tem o direito de falar bobagem. Isso é ótimo, caso contrário eu teria que ficar mudo...
Mas tudo tem sua hora, né? E as bobagens de uns nem sempre justificam as bobagens de outros, certo? Explico-me:
Minha filha participou de um congresso internacional sobre comportamento animal. Centenas de cientistas de vários países compareceram.
A palestra inaugural foi dada por ninguém menos que Richard Dawkins, o "
super-hiper-max-expert" em evolução. A palestra corria tranquila, no salão lotado, quando, para o "gran-finale", Dawkins apresentou um videozinho onde um imbecil explicava, com grande ênfase, como a banana havia sido projetada por Deus especialmente para o consumo manual humano (!?!?), pois tamanho, forma, textura, etc se encaixam perfeitamente nas mãos e bocas humanas (!?!?!?). Impressionante!
Vamos e venhamos: é uma bobagem. Não é preciso ser evolucionista para achar tal afirmação ridícula.
Mas, a quê propósito serviu apresentar este vídeo ao final de uma palestra científica sobre comportamento animal??? Será que Dawkins se achou no direito de falar bobagem só porque o realizador de tal vídeo o fez???
Ao tentar ridicularizar outrém, ele se fez
ridículo. De doutor passou a bobo da corte. Pobre Dawkins!!!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O que o coração pede

Aprendi com a experiência e com a Bíblia, que o coração da gente se engana com frequência.
Agora, em meio à enxurrada de (des)informações sobre Michael Jackson, minha atenção se voltou para as letras das músicas que ele compôs. Canções como "Heal the World", "Black and White", "Childhood", "Ben", "We've Had Enough", "We are the World", e outras.
Se o artista é refletido em sua obra, MJ era um bom sujeito - cheio de problemas, é certo - mas um bom sujeito, cheio de amor e compromisso com o bem e com a humanidade.
Posso estar redondamente enganado, mas meu coração pede para não estar...

domingo, 28 de junho de 2009

Ser adulto

"Meus Deus! Eu detestava aquela história de ser adulta. Detestava tomar decisões quando não sabia o que haveria escondido por trás da situação. Desejava um mundo onde as coisas boas e más tivessem rótulos claros. Onde uma música sinistra começasse a tocar no instante em que o vilão aparece na tela, de modo a não se poder confundi-lo com o mocinho. Onde lhe pedem é para brincar com a linda princesa, no jardim perfumado, ou ser devorada pelo monstro horroroso, no fosso fedorento. Nada muito difícil, entende? Nada que force a pessoa a se angustiar a respeito nem lhe tire o sono a noite inteira."

Novamente Claire, personagem do delicioso "Melancia", livro de Marian Keyes.

sábado, 27 de junho de 2009

Um mais um...

"Um mais um são dois. Esta afirmação é falsa. Um mais um pode não ser dois. Um mais um pode ser... um. E a palavra que usamos quando um mais um é igual a um é... amor."

Mais uma frase Zen ouvida pelo detetive Crews, no seriado "Life", enquanto fazia das tripas coração e arriscava a própria vida para salvar sua parceira policial, a detetive Reese.

Só posso concordar com ele...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Alguém sabe a letra?

Uma canção bem antiga que eu gosto muito é "What's the Difference" composta e cantada por Scott Mckenzie. Ele é o autor do famoso hino hippie "San Francisco", dos anos 60.

Estou à procura da letra da versão "Chapter 2", que é a que vocês podem ouvir no meu Boxnet, clicando sobre o nome. Ele escreveu 3 letras para essa canção - Chapter 1, 2 e uma atualizada - e eu só encontro as letras das versões Chapter 1 e atualizada.
Caso alguém tenha a letra ou saiba onde encontrá-la, favor me informar. Irá me poupar o trabalho de tentar tirar a letra "de ouvido", algo trabalhoso e sujeito a erros.
Muito obrigado!!!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Certezas... Ah! As certezas...

“Sabia que fizera a coisa certa. Pelo menos, pensava ter feito. Mas acontece que aquilo era a vida real, e nenhuma decisão era inteiramente clara. Não é como virar para o lugar certo e conseguir a felicidade para sempre, ou virar para o lugar errado e sua vida se transformar num desastre. Na vida real, muitas vezes é quase impossível dizer qual a decisão que se deve tomar, porque o que se ganha e o que se perde muitas vezes são equivalentes.

Como eu poderia saber se fizera a coisa certa? Queria que alguém se aproximasse de mim com uma taça ou uma medalha de ouro, apertasse minha mão, desse palmadas em minhas costas e me parabenizasse por tomar a decisão certa.

Queria que minha vida fosse como um jogo de computador. Se tomar a decisão errada, perco a vida. Se tomar a decisão certa, ganho pontos. Só queria saber. Só queria ter certeza.”

Claire, personagem central de "Melancia", deliciosa comédia romântica de Marian Keyes, falando aquilo que todos nós sentimos.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

É uma Vergonha!!!

Vejam que gracinha de paradoxo do nosso Senado Federal, neste exemplo de "ato secreto":

ATO DA COMISSÃO DIRETORA DO SENADO FEDERAL

ATO DA COMISSÃO DIRETORA Nº 08, DE 2003

A COMISSÃO DIRETORA DO SENADO FEDERAL, no desempenho de suas atribuições regimentais e regulamentares, e,

Considerando a necessidade de reduzir as despesas com a contratação de mão de obra,

RESOLVE:

Art. 1º - A estrutura de pessoal do Órgão Central de Coordenação e Execução é acrescida de 42 (quarenta e dois) cargos em comissão de Assistente Parlamentar, Símbolo FC-6, com remuneração equivalente a 12,5 (doze e meio por cento) da fixada para o cargo em comissão de Secretário Parlamentar.

Art. 2º - Este Ato entra em vigor na data de sua publicação.

Não é uma graça? Para "reduzir despesa com a contratação de mão de obra", contrataram 42 pessoas ilegalmente!!!

Explico-me: Se para entrar em vigor é necessário ser publicado, por que ele continua valendo - esse e muitos outros - apesar de "descobrirem" que nunca o foi ??? Qualquer imbecil, idiota e cretino como eu pode entender que essa decisão não vale, nunca valeu e que todos os fatos - como despesas, por exemplo - decorrentes desse Ato - "secreto", não, ilegal! - são nulos e a União - isto é, os contribuintes, os cidadãos, o povo, nós - deve ser ressarcida.

Lá no Irã, o povo é reprimido por protestar contra fraude eleitoral. Aqui, neste "Brasil varonil", o máximo que acontece é inventarem mil piadas "engraçadíssimas" sobre nossos políticos. E fica tudo como está...

Eta paízinho de merda!!!

Conselho amigo

"Não faça isso, não jogue fora este punhado de sonho"

Marco Masini, em sua canção natalina "Il giorno piu banale", presente de Natal do Brabo aos seus leitores, ao qual sempre volto quando preciso de um conselho amigo.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Um dia simplesmente perfeito

"...Just a perfect day, (Um dia simplesmente perfeito)
You made me forget myself. (Você me fez esquecer de mim mesmo)
I thought I was someone else, (Pensei ser outra pessoa)
Someone good. (Alguém bom)

You're going to reap just what you sow..."

Lembre-se:
Mesmo em um dia perfeito, você vai colher somente o que semeou!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Intervenção benvinda

A agencia reguladora das comunicações no Brasil - ANATEL - proibiu a Speedy, da Telefônica, contratar novos clientes enquanto não solucionar seus problemas.
Um sugestão simples resolve a questão: basta alterar o nome - uma clara propaganda enganosa - para outro que defina com perfeição os serviços da empresa:
Slowly.
Pronto!!!

(com base em comentário do Adiron)

"Quem não chora..."

Mais uma vez valeu a pena ser inconformista e não aceitar as besteiras que as empresas cometem contra nós, incautos e ingênuos clientes.
Depois da minha choradeira pela injustiça cometida pela
Telefônica (leia aqui), recebi um telefonema da empresa comunicando que irão creditar-me os valores indevidamente cobrados por incompetência do serviço de atendimento deles.
Não estou feliz; não mudei minha opinião sobre a empresa - e pra falar a verdade, sobre as empresas em geral -;
sua ganância, irresponsabilidade, incompetência, deslealdade, miopia, etc são consequência lógica desse sistema corrupto, corruptor, desumano, demoníaco e burro que é o capitalismo.
Apenas percebo que precisamos resistir, que enquanto houver fôlego, há esperança.

sábado, 20 de junho de 2009

Precariedade

Li e me impressionei com o termo "precariedade da minha profissão de fé".
Tenho escrito sobre a relação entre o real e o que cremos, por isso a constatação de que tal precariedade é também minha, pegou-me de surpresa.
Barquinho de papel sujeito à fúria do mar bravio, minha fé balança pra lá e prá cá sem um pingo de bonanza. Gostaria de sentir-me firme em porto seguro, mas a ideia me aterroriza mais do que a situação atual, pois desconfio e muito daqueles que pensam ter encontrado "a mulher invisível".
Sigo, semi-náufrago, à mercê da Graça.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Tudo o que temos - 3

"Tudo o que temos é o que cremos", ensinava a fita cassete que a jovem policial ouvia no seriado Life, conforme postei lá atrás.
Então, o Tuco mencionou algo sobre a nossa crença nos aprisionar, e a coisa complicou.
Para completar, aproveitei uma chance e fui assistir ao filme "A mulher invisível", com o excelente Selton Mello, sobre quem falei há pouco.
E não é que a história é uma excelente parábola sobre o assunto?!?!
Desesperado com a perda da esposa, o personagem - para não morrer de amargura - recorre à insanidade: "inventa" uma mulher, linda, inteligente, interessada nele, em tudo seu par perfeito. Acontece que só ele vê aquilo que crê: a mulher. E, apesar de sua vida inundar-se de felicidade e amor, a "realidade" em torno causa-lhe problemas e o obriga a reconhecer a própria loucura; ele é internado em um hospital ao sofrer um colapso nervoso. Enquanto está em recuperação, ele se depara com o "real" - uma vizinha bonita e viúva que se interessa genuinamente por ele - mas a rechaça com veemência pois lhe parece que a ilusão voltou.
Em suma, "crer" lhe trouxe problemas; não crer também!!!
Não vou contar o fim do filme, assistam se quiserem saber, mas que ilustrou muito bem o meu tema, ilustrou!!!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O lixo e seu destino

Indico a leitura do texto postado pelo meu amigo e geólogo Julio Perroni no dia 13 de junho pp. Ele fala com muita propriedade sobre a destinação do lixo doméstico e compara a incineração com outras soluções.
Muito bom!!!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tudo o que temos - 2

"Sou prisioneiro do que creio", postou o Tuco no seu excelente "A Trilha" com o título "A Viagem -2".

Pergunto-me: será possível a liberdade?

Pois só temos o que cremos e isto nos aprisiona. Portanto a ideia de liberdade - no sentido de não estar preso a nada - é absurda.

Cada qual escolha as suas algemas, cada qual coloque as sua correntes...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tudo o que temos

Assistia confortavelmente a um desses seriadinhos americanos "polícia versus bandido" - Life - que tem um detalhe sui generis: nosso herói é fã da filosofia Zen. Este fato o torna, no mínimo, um policial excêntrico. Ele gosta, inclusive, de ouvir fitas com textos da filosofia, que ele tenta despudoradamente aplicar à vida diária. Aliás, estes são os momentos cômicos que todo seriado policial americano que se preze tem - à exceção, talvez, de The Shield, que era só dark - e que Life não foge à regra.
Na semana passada a bela parceira do policial ouve uma dessas fitas enquanto decide se ajuda ou não o FBI a investigar seu parceiro. Depois de algumas frases clássicas sobre o "real" não existir, ser uma ilusão, e sobre a necessidade de não se deixar iludir pelo "real", a moça ouve a frase:

"Aquilo em que acreditamos é tudo o que temos".

Ela, então resolve não ajudar o FBI porque, afinal, ela acredita no parceiro.
O episódio termina, mas a frase zen continou martelando em minha cabeça: nossa fé é tudo o que temos. Não posso provar que algo seja real. Para ser bem sincero, não consigo provar nem que eu seja real. Minha existência só é real para mim porque creio nela... mas tudo pode não passar de um sonho.
Se realmente a fé é tudo o que temos, precisamos ter cuidado nossas crenças...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

No fundo do poço

"Na vida é bom ter essas fases ruins pra gente saber que há molas no fundo do poço, e que a gente pode sair dele fortalecido."

Foi mais ou menos assim que o Selton Mello se referiu a uma fase ruim da sua vida no ano passado, da qual saiu um roteiro para filme. Frase ouvida na entrevista concedida ao Jô Soares, na televisão.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

"Lágrimas não são forever"...

Assisti, com prazer ao programa do canal Multishow com a cantora Ivete Sangalo. Acho-a uma pessoa muito alegre, espontânea, com voz belíssima, apesar de não gostar de boa parte do seu repertório. Mas surpreendi-me com o dueto que ela fez com Carlinhos Brown - outro artista que não me atrae muito a não ser pelo trabalho excelente que fez com Marisa Monte e Arnaldo Antunes - cantando uma música de autoria dele e que já foi lançada pelo grupo "Paralamas".
A música chama-se "
Quanto ao Tempo". A melodia simples, a letra estranha, o arranjo sofisticado e a combinação de vozes me deixaram embevecido.
Clique aqui se quiser ouvi-la acompanhando a letra, ou aqui, se quiser ver o clip do programa no
YouTube.
Acho que voces vão gostar...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Injustiçado? Sim! Surpreso? Não!

No dia 09/04/2009 solicitei através do telefone 10315 a mudança de meu plano de telefonia. Recebi o número de protocolo 8794194 e o atendente fez duas mudanças. A primeira no plano de chamadas locais, passando de 250 para 200 minutos a um custo fixo de R$ 39,97 mensais. A outra, no plano de interurbanos. Por sugestão do atendente, solicitei o plano “Fale à vontade” para ligações interurbanos dentro do estado para telefones fixos da Telefônica, por R$ 29,90 mensais. Ao final da conversa, o atendente me disse que o sistema estava lento, ele não tinha conseguido finalizar meu segundo pedido, mas que eu não precisava me preocupar nem voltar a ligar, porque em 24 a 48 horas o sistema estaria atualizado.

Qual não foi minha decepção – porém não surpresa – quando recebi a conta Telefônica e percebi que nada havia sido feito!!!

No dia 13/05/2009, liguei novamente para 10315 e a atendente me disse não constar nenhum pedido de mudança de plano com aquele protocolo (?!). Refiz meu pedido, dando ênfase ao fato de que deveria constar com data retroativa pois eu havia feito a solicitação um mês antes. Ela me deu dois protocolos – 12301903 e 12301937 – referentes às duas mudanças.

Neste mês de junho recebi a fatura onde consta a mudança a partir de 13/05.

Consta também que nos dias 25 e 27/04/2009, quando deveria já funcionar a mudança de plano feita no dia 09/04, fiz três chamadas interurbanas de longa duração. A empresa me cobrou R$ 20,08 por estas chamadas, 67% do valor total do plano mensal que eu havia solicitado no dia 09/04!!!!

Dirão: “O que são vinte reais a mais? Para quê tanta celeuma?”

Respondo: É meu direito!!! Eu fiz a solicitação conforme consta no protocolo e está gravada a conversa, é só verificar!!! Vinte reais é mais do que 10% do valor mensal das minhas contas telefônicas!!! Eu não tenho dinheiro sobrando!!! A empresa que arque com o custo da sua incompetência!!!

Ah, mas um dia eu me livro da Telefônica... Ah, se me livro!!! Já fiz isso com a Vivo, com a Microsoft, com a Bradesco Seguros, com o Banco Real... Por que não com a Telefônica???

(Cópia do texto que tentei enviar à empresa, mas seu site está inoperante!!! Então enviei-o aos jornais Folha de SP e Cruzeiro do Sul-Sorocaba e à organização de defesa do consumidor Proteste)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Meu amigo Oséias me enviou uma curiosa reflexão da organização "A Rocha Brasil" sobre o "Dia do Meio Ambiente". Junto, anexou uma preocupante notícia sobre grave ameaça que paira sobre nossa tão maltratada Amazônia. Tomo a liberdade de reproduzir a mensagem aqui porque creio ser de suma importância para todos nós.

"Na semana passada em que globalmente se lembrou do meio ambiente, o senado brasileiro aprovou a Medida Provisória 458, que trata da regularização fundiária de terras públicas da Amazônia Legal.
A senadora Marina Silva (cristã engajada na luta em favor da preservação do meio ambiente) considera essa MP um “imenso retrocesso” à política ambiental do país, e encaminhou uma carta aberta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com pedido para que ele vete três artigos da MP."

http://www.senado.gov.br/comunica/agencia/docs/CartaPRVetos.doc


terça-feira, 2 de junho de 2009

O valor das coisas

"Coisas são só coisas
Servem só pra tropeçar
Tem seu brilho no começo
Mas se viro pelo avesso
São só fardo pra carregar..."

Parte da linda e profunda canção de Chico Cesar que o Tuco postou outro dia.
Se quiser conhecer toda a letra, ouvir e ver, vá até sua ótima Trilha

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Tragédia e erro humano

Nas últimas horas meu coração tem estado com o coração dos familiares do voo da Air France que desapareceu no Oceano Atlântico a caminho de Paris. Não consigo imaginar a angústia e profunda tristeza que se abate sobre eles, mas me solidarizo. Que Deus lhes seja o consolo...
Logo, logo, a mídia começará a buscar causas e culpados. Alguns dirão que foi falha humana, outros, que foi falha técnica, dos equipamentos. Há quem dirá que foi uma fatalidade - um ato da natureza - tempestade, raio, coisa assim.
Mas foi erro humano. Sempre o é. Não que tenhamos que sair em caça às bruxas para crucificar alguém, como foi o caso do acidente do Boeing da GOL há um tempo atrás, quando uma enxurrada de acusações maldosas foram feitas contra os pilotos de ambas as aeronaves envolvidas, os controladores de voo, a empresa aérea, os fabricantes dos aviões e o governo brasileiro.
Não! Mesmo que se confirme a hipótese de um raio ter atingido brutalmente a aeronave, continua sendo erro humano. Porque cabe ao homem construir sua civilização com segurança, e toda vez que algo ruim acontece é porque o ser humano não pensou, previu, preveniu, corrigiu algo que poderia dar errado. Seja na concepção, projeto, construção, uso ou manutenção, sempre é erro humano. Portanto, o mais saudável agora é descobrir o que houve de errado e tomar as medidas necessárias para que o mesmo fato (um raio?) ocorrendo não venha a causar mais perdas humanas e tristeza no nosso coração.
Enquanto isso, sofremos.

Alguém em quem confiar

A banda de rock inglês Keane tem uma música antiga, chamada "Somewhere only we know" que tem uma frase legal. Diz assim:

"I'm getting older and I need someone to rely on."
(Estou ficando mais velho e preciso de alguém em quem confiar)

Todos precisamos de alguém em quem confiar, não importa a idade. Quando crianças, entretanto, confiamos totalmente em algumas pessoas (pais, avós, irmãos, amiguinhos, professores) muito facilmente.
À medida que envelhecemos, percebemos, por meios dolorosos muitas vezes, que nem todos merecem confiança. Confiamos, tolamente, em pessoas que nos traem, nos maltratam, nos machucam. Alguns chegam ao ponto de não confiar em mais ninguém, pensam que todos são indignos de confiança, falhos, mesquinhos, egoístas e interesseiros. As frustrações nos fazem desconfiar principalmente - e com razão! - das autoridades, dos políticos, do sistema.
Mas, o tempo inexorável passa, e percebemos que precisamos, sim, temos necessidade de confiar em alguém, no amigo, no cônjuge, no terapeuta, no médico, num deus.
A velhice nos tira a falsa ideia de auto-suficiência que tivemos na juventude e confiar em alguém se torna imperioso inclusive porque a vida nos ensinou que em nós mesmos não podemos confiar, somos frágeis demais.
Somos todos frágeis e falhos. Essa constatação pode nos libertar da ilusão da confiança irrestrita e nos dar a capacidade de confiar mesmo que, apesar de, sabendo que. Confiar já esperando e perdoando as falhas que certamente virão. Confiar em quem vai decepcionar-nos. Confiar em quem não está à altura das nossas expectativas. Porque também não estamos à altura das expectativas de ninguém.
Em Deus também podemos confiar. Não que Ele não vá nos desapontar nunca, e vá sempre atender a todas as nossas expectativas. Não. Confiamos porque precisamos alguém em quem confiar, alguém que nos ame. Ou estaremos fadados a amargura, solidão, desespero. E morreremos sós
.

Estou ficando velho e preciso confiar em alguém...