segunda-feira, 6 de abril de 2009

Inútil

Tem tanta coisa que a gente faz que não dá certo! E muito tempo a gente gasta com coisas sem resultado!
Veja só.
Solicitei um documento em repartição pública. Depois de uma viagem de meia hora e uma espera de 20 minutos para ser atendido, explicam-me que poderia ter solicitado via internet. Viagem perdida!!!
Levei o carro para regular o farol - coisa de dez minutinhos - e demoraram 40!!!
Fui ao supermercado e a pessoa à minha frente no caixa demorou muito mais que o esperado. Fiz uma comprinha pequena de gastei um tempão!!!
Tive um trabalhão para montar a "casa nova" da minha sogra. Depois de muitos móveis no lugar, quadros na parede, aparelhos elétricos e hidráulicos instalados - ufa! - minha sogra sofre um colapso e vem a falecer poucos dias depois. Quanto trabalho inútil!!!
Agora pense comigo. Se a gente ficar preocupado em contabilizar 0 tempo e os esforços gastos em coisas que não deram certo, que se mostraram inúteis ao final das contas, ficaremos muito, mas muito frustrados. E essa frustração pode se tornar angústia. Porque, na realidade, mesmo que você se previna contra possíveis "perdas de tempo" e "esforços inúteis", as chances das coisas não correrem como você deseja - ou precisa - são grandes. Não há como garantir resultados!
Há algum tempo tento fazer o que posso, da melhor forma que posso, sem me prender muito ao resultado; tento seguir a frase que ouvi de um colega de trabalho há mais de 20 anos: "Meu compromisso é com o esforço, não com o resultado".
Não é fácil!!!
A sociedade nos impinge um modelo de competência e eficiência cujo único resultado é o "estresse", a desilusão, o sentimento de derrota. Um dos maiores medos do homem moderno é sentir-se desnecessário, supérfluo. Ter consciência que meu valor não é dado pelo volume de coisas que agrego, nem pelo sucesso que os outros me creditam é essencial. Viver neste contexto e não se deixar dominar nem abater por ele é uma luta.
Mas vale a pena tentar.

8 comentários:

Alex Liki disse...

Adoro ler seus textos Rubinho, sempre encontro amparo para coisas que eu quero melhorar em mim.
abração
ps: o bicho é uma mistura de baleia com alguma outra coisa que nem eu sei o que é, só busquei encontrar uma forma que fosse divertida de olhar, "sem me preocupar muito com o resultado". =D

bete p.silva disse...

Rubinho,com todo devido respeito à sua querida esposa, cara, eu adoraria ter um marido como você, pra ir na repartição pra mim, ao supermercado, ao mecânico, pra consertar as coisas da casa, de repente até postar no meu blogue.

E ainda de quebra dá bons conselhos!!!!A Elaine tá de parabéns :)

Tuco disse...

A frase do seu amigo é perfeita. Se bem que me agrada muito, eventualmente, ter compromisso com o ócio :-).

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Ah... havia escrevito umas 30 linhas de comentário, mas o PC deu pal e nao salvei o texto. Então vai só isso aqui mesmo. Tudo em vão.
Agora vou tentar comentar os outros 30 Blogs que acompanho!
Abrçs,
Roger
Tag:mentiras

Fábio Adiron disse...

Tempus fugit Rubinho...

Quanto tempo levou para escrever esse texto ? (kkkkkkkkkkkkkk)

valter ferraz disse...

Rubinho,
depois que li o Ócio Criativo de Domenico De Masi (tinha visto a entrevista dele no RodaViva da TV Cultura) nunca mais entendí ficar sem fazer nada como perda de tempo. è, sim ganho de tempo. Perde-se tempo fazendo justamente aquilo a que nos obrigamos.
Forte abraço

Anônimo disse...

Tuco e Valter,
O ócio é um componente importante neste assunto, mas não é o foco deste texto;
Roger e Adiron,
Vcs pegaram o clima da coisa!

Dona Sra. Urtigão disse...

É sobre isso que eu falava lá, a frustração, que leva a dizer "estou cansado" dez vezes por dia...E a impossibilidade de dizer não em certos casos e que acarreta mais compromissos.
Um desejo (infantil) de que não surjam mais problemas, mesmo eles sendo apenas isso, problemas e que sempre terão uma solução, mas um desejo de ficar apenas e por muito tempo, no recreio.
Suas palavras aqui me deram material para, recordando coisas importantes, alterar o rumo de algumas reflexões pessoais.