quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A história

“...Ao final da vida, não importam os bens, riquezas, empreendimentos e realizações.... O que importa é a história que se pode contar sobre nós... A história em si não é o mais importante... O objetivo da história é o principal... E o objetivo da história é permitir que sejamos lembrados sempre, ao contarem nossa história...”

(trechos do narrador no filme “Austrália”, em cartaz na cidade, com a atriz Nicole Kidman)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Escombros ou Ruínas?

"Uma vez ouvi de alguém que, na vida, podemos escolher ser ruínas ou escombros. As ruínas são belas, cheias de sentido, contam histórias, fertilizam a imaginação e ensinam as gerações com sua imobilidade e silêncio. Os escombros... bom, só chamando o caminhão de entulho a gente consegue resolvê-los."

(da amiga Eliana, reconhecendo que nossa amiga Gláucia - sobrevivente com garra e galhardia de grave acidente - longe de ser escombro é, de fato, bela ruína, como o "Taj Mahal, o Partenon, o Anghkor, uma ruína grega, um templo de Apolo em Delfos". E tem razão.)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

As amizades

"As amizades são um pouco como os quintais de nossas casas. Nós planejamos cuidar deles, mas parece que estamos sempre adiando para a semana que vem..."

(ouvido em "Boston Legal", seriadinho esquisito d o canal Fox de TV)

Pra não dizer que sou coerente

O texto abaixo é de autoria do colunista João Pereira Coutinho, e foi publicada pelo jornal "Folha de S. Paulo" de 26 de janeiro. Seu título chamou-me a atenção - "Ateus, poetas e messias". Ele publica crônicas escritas entre 13 e 22 de janeiro, abordando temas vários, costurados pelo título. O trecho reproduzido refere-se ao primeiro item do título. Creio que enriquece a reflexão que eu e você fizemos uns dias atrás, não?

"13 de janeiro

A estupidez humana não cessa de me espantar. Leio na imprensa do dia que uma associação "humanista" da Grã-Bretanha lançou em Londres uma campanha pública para defender a provável inexistência de Deus. A ideia foi escrever nos ônibus da cidade duas frases de arrasadora profundidade filosófica: "Deus provavelmente não existe. Por isso, deixa de te preocupar e aproveita a vida".

A tese espanta, não apenas pela infantilidade que a define --mas pela natureza ilógica que a contamina. Se Deus não existe, haverá necessariamente motivos para celebrar?

Os mais radicais "philosophes" do século 18 concordariam que sim. O próprio projeto iluminista, na sua crítica à instituição religiosa como autoritária e obscurantista, defendia que a libertação dos Homens passava pela libertação do divino. Nem todos os "philosophes" eram ateus, é certo: Rousseau ou Diderot, impenitentes "deístas", não são comparáveis a La Mettrie ou Helvétius. Mas o iluminismo continental abriria a primeira brecha na cultura ocidental, ao retirar a Fé do seu trono e ao coroar a deusa Razão.

Foi esse gesto primordial que tornaria possível as devastadoras críticas posteriores do trio maravilha (Feuerbach, Marx e Freud). Deus criou os Homens? Pelo contrário: Deus é uma criação dos Homens por razões várias e todas elas racionalmente explicáveis.

Os Homens criaram Deus por temerem a sua própria mortalidade (Feuerbach). Os Homens criaram Deus por contraposição às condições materiais das suas existências precárias (Marx). Os Homens criaram Deus por puro sentimento de culpa: parricidas arrependidos, eles buscam ainda uma autoridade perdida; Deus é o "fétiche" infantil de quem se recusa a viver uma vida adulta (Freud).

Infelizmente, aparece sempre alguém para estragar a festa. Falo de Doistóievski, claro, disposto a contrariar o otimismo liberal da burguesia russa oitocentista, para quem Deus era um empecilho de modernidade. Pela boca de Karamazov, Dostoiévski formularia a pergunta que Feuerbach, Marx, Freud e também Nietzsche se recusaram a enfrentar: e se a ausência de Deus significa também a ausência de qualquer limite ético para a acção humana?

Essa possibilidade seria confirmada no século seguinte: um século devastado por grandes construções coletivistas, utópicas e rigorosamente ateias que libertaram um fanatismo e uma crueldade indistinguíveis do fanatismo e da crueldade das antigas religiões tradicionais.

Quando os Homens não acreditam em Deus, eles não passam a acreditar em nada; eles acreditam, antes, em qualquer coisa, como dizia profeticamente Chesterton. Antes de festejarmos a provável inexistência do barbudo, convém saber o que essa coisa será."

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Só pra lembrar...

Fico feliz com o excitante diálogo provocado pelo meu singelo post sobre a música de Marco Masini.
Mas quero deixar claro que minha intenção não era provocar uma discussão teológica - até porque não sou teólogo - e sim, uma reflexão sobre o erro de julgar apressadamente o outro, sem ao menos conhece-lo.
Os comentários são sempre bem-vindos, entretanto creio que há outros blogues (*) mais apropriados para discussões tais.
Por esta razão, não vou responder aos excelentes comentários postados recentemente, não para fugir do debate, mas para preservar a "cara" do blog. Espero que me entendam. E agradeço de coração a participação sincera de todos.

* - vide Allysson Amorim, Roger, Volney Faustini, Lou, Elienai Jr., Chagas, Pava, Fabio Adiron, Felipe Fanuel, Paulo Brabo, e muitos outros.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um grande erro

"...Ou não encontrou ainda Deus e ainda assim o amaldiçoa..."

("Il Giorno Piu Banale" - de Marco Masini publicado pelo P. Brabo em 25/12/2008)

Tenho lido com frequência postagens e comentários nos quais os autores se queixam da situação atual, seja própria ou geral, das guerras e dos cataclismas naturais, dos escândalos e crimes cometidos aqui e acolá. Muitas vezes, culpam Deus, em quem não crêem, pelos erros e barbaridades que pretensos fieis realizam em Seu nome. Não querem crer em um Deus que endosse ou permita tais atrocidades.

Não se enganem. Amaldiçoar quem não se conhece é meio seguro de cometer um grande erro...

Acredite !

“Acredito no amor, é só o que temos
O amor não tem fronteiras...
Sem amor, eu não creria em nada
que vive ou respira...

Sem amor...
Eu não poderia crer em você,
E não acreditaria em mim...
Acredito no amor!”


(Elton John, na canção “Believe” - clique aqui para ver e ouvir)

Uma pequena homenagem a uma amiga blogueira que ama. Não ama alguém, simplesmente. Ama, genérica e generosamente. Mesmo não crendo em Deus, amiga, se você crê no amor, está no caminho certo! Não está longe de Deus...
A música - eu a ouvi ao assitir pela TV ao show do Elton John - coincidiu com o post dessa amiga sobre o amor - não o amor romântico entre dois seres humanos, mas o que abarca o universo e dá razão para viver - e percebi que ambos - Elton e ela - falavam desse motor divino que nos impede de desistir de tudo, e, apesar de tudo, nos faz continuar lutando por um mundo melhor para todos. O amor dá esperança. Com fé no amor temos esperança. "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor." (S. Paulo, na carta aos coríntios, capítulo 13, versículo 13)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Quando vamos aprender?

"A guerra é um jogo em que todos desgraçadamente perdem", afirmou, com muita propriedade, o Allyson no seu post "A Narrativa Precisa Avançar".

No filme "Jogos de Guerra", nos primórdios da era da informática, um menino impede a destruição mundial pela guerra nuclear ao convencer um super-computador que o único jeito de "ganhar" o "jogo da guerra" é não jogá-lo.

Até um computador chegou a essa conclusão, quando chegaremos nós???

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Guerras e Rótulos

"...apenas as guerras soam-me mais atrozes e arbitrárias do que rótulos."

(P. Brabo, na postagem "Os Estrangeiros que São Todos", publicado originalmente em 2006, mas parece que foi ontem...)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O problema

O Problema de quem está redonda e sinceramente enganado, não é o estar redondo, mas sim, o fato de o estar sincero.
O erro sincero é a maior tragédia da humanidade. Por ser sincero, quem o comete não admite a possibilidade dele antes de comete-lo. Mas aí já é tarde demais. Só restarão as inúteis: "eu não sabia!", "juro que pensei ser o certo!", "só fiz o que meu coração dizia ser o correto!".

(pensamento esquisito que me veio ao reler um texto velho do Brabo, enquanto ruminava sobre a questão Israel/Palestina postada pelo Alysson)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ei ! Você !

Quié qui você tá fazendo aqui??? É, aqui no meu blog??? Tá aqui por acaso, ou tem alguma coisa aqui que te interessa??? O que escrevo aqui te importa??? Te faz pensar, rir, ou chorar??? Muda teu dia, tua vida, teu pensamento, tua visão das coisas???? Te deixa com a sensação de estar maior do que quando aqui chegou, de ter crescido uns milímetros que seja??? Te dá vontade de voltar???

Se você respondeu "sim" a uma das perguntas, então me valeu a pena ter escrito, pensado, reproduzido, e publicado tudo o que aqui postei em 2008. Se você respondeu "sim" a qualquer das perguntas, continuarei aqui em 2009... com você!!!