quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sorocaba não dá, Bete.

A Bete comentou no meu post de ontem, que sair de São Paulo é bom, pode ser até Sorocaba, que já vale.
Discordo, Bete. Infelizmente, discordo.
Quando me mudei pra cá, no início dos anos 80, a cidade tinha 250 mil habitantes. Hoje, com mais de 600 mil, tornou-se uma metrópole. E, como toda metrópole, desumana, violenta e poluída.
Lógico que não há como compará-la com São Paulo - que só se compara às outras megalópolis mundiais, como Cidade do México, Bombaim, Beijin etc - não se trata disso.
É que pensando em qualidade de vida, Sorocaba já deixou de ser aspiração de quem deseja uma vida mais humana e tranqüila.
E não é culpa dos sorocabanos, não. Há um conceito sociológico que afirma que uma cidade que passa dos 500 mil habitantes, no Brasil, deixa de ser governável e seus problemas deixam de ser solúveis e passam a ser, na melhor das hipótesis, controláveis. E o governo municipal vira um "bombeiro" atrás de apagar fogo e não o planejador e gerente social da cidade.
Assim é com Sorocaba, hoje, como o é com Campinas, Porto Alegre, Fortaleza e todas as grandes cidades brasileiras.
A solução está em investir nas pequenas cidades, capacitando-as a receber e "hospedar" com dignidade os cidadãos, controlando seu crescimento e prevendo solução para os problemas antes que eles fujam do controle.
O Brasil tem mais de 5 mil municípios. Menos de 10% destes tem mais de 300 mil habitantes. Se houvesse investimento na qualidade de vida deles (Ubatuba, por exemplo, certo Alice?), em vez de jogar dinheiro no poço sem fundo das grandes cidades, a vida do brasileiro seria, em poucos anos, bem melhor.

Um comentário:

bete p.silva disse...

Uia, sério? Paulista estressado quer ir pra qualquer lugar, mas eu não sabia disso não. Nós temos uma regional do sindicato aí em Sorocaba, eu sinto uma certa dificuldade em lidar com o povo daí, mas dou um desconto porque sou muito rápida e estressada.