terça-feira, 11 de dezembro de 2007

98- CAINDO... (O Tempo Passa...)

Vila Velha é uma atração no estado do Paraná. Formada pela erosão dos ventos no arenito compactado, veios profundos e sinuosos deixaram o local com a aparência de uma cidade fantasma, ou fantástica.

Muitos turistas passam por lá e se divertem caminhando por entre as vielas formadas pelo vento ou com a vista quando se olha por cima.

A caminho das Cataratas de Iguaçu, minha família parou para conhecer Vila Velha. Eu, moleque, percorria as vielas e subia nas “torres” de arenito como se fosse um desbravador nas ruínas de uma cidade pré-histórica.

Em uma dessas andanças, tentei descer uma encosta íngrime, com uns quatro metros de altura. Como o arenito fica friável na superfície, meus pés escorregaram nos grãos de areia solta e desci na vertical praticamente sem apoio ou amortecimento. Cheguei ao chão, em pé, e o baque fez minhas pernas bambearem. A velocidade da queda e a parada brusca, além do enorme susto de ter descido quase em queda livre, fizeram o sangue sumir da cabeça, e tudo escureceu. Meu pai, que de baixo assistiu tudo, chegou perto, viu que eu estava bem e me disse para ficar sentado, com a cabeça abaixada entre os joelhos, respirando fundo, de olhos fechados. Em alguns instantes eu estava bem novamente. Apenas assustado com o mergulho inesperado, e com uma história pra contar...


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